Mulheres no Mundo

Sexta-feira,1° de Março de 2013


Mulheres no Mundo

A Assembléia Legislativa de São Paulo sediará a exposição Mulheres do Mundo”, da artista Cláudia Firmino. As telas, inspiradas em mulheres de vinte e quatro países, foram pintadas durante sete anos: africanas, latinas e européias estão retratadas em suas telas.


No dia da abertura da exposição (4/março) Anete Santa Lúcia cantará MPB, também para homenagear o Dia Internacional das Mulheres.

Serviço:

Mulheres no Mundo
Data: de 4 a 10 de março.
Horário: de segunda a sexta, das 9h às 18h.
Local: Assembléia Legislativa de São Paulo / Sala Espaço Cultural V Centenário
End.: Av. Pedro Álvares Cabral, 201 - Ibirapuera.
Grátis.          Tel.: 11-4226-3330           





Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2013

FEMINA - FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA FEMININO

No próximo mês de julho na cidade do Rio de Janeiro acontecerá o FEMINA, festival internacional para filmes e vídeos feitos por mulheres. O objetivo é aumentar a inserção das mulheres no mercado de trabalho audiovisual.  Inscrições até o dia 5 de abril.
Maiores detalhes: http://ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias/abertas-inscri-es-para-10-edi-o-do-femina-no-rio-de-janeiro



Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2013

UM BILHÃO QUE SE ERGUE

O movimento global "Um Bilhão que se Ergue" teve sua primeira edição em São Paulo no último sábado, dia 16/fevereiro. Os manifestantes reuniram-se no vão do MASP - aproximadamente 120 pessoas. Usaram a dança para chamar a atenção das pessoas para o problema global da violência contra as mulheres. 




Domingo, 9 de dezembro de 2012

Cinco-Estrelas Dalva


O ano é 1981. O Presidente do Brasil é João Figueiredo, o último presidente militar da nossa história recente. Imagine uma jovem carioca, de 25 anos, que entra para a Marinha, uma das primeiras mulheres militares, aliás, já que a entrada de mulheres nesta arma se deu no ano anterior.

Das três Forças Armadas a Marinha foi pioneira em aceitar mulheres no seu quadro de funcionários. Atualmente entre os oficiais da Marinha 33,3% são mulheres; entre os praças, 6,8%. No Corpo Auxiliar Feminino da Reserva, a médica Dalva Mendes foi galgando degraus, promoções – sem descuidar da vida particular: casou, enviuvou e teve dois filhos.

O tempo passa, o país muda, várias condecorações depois por seu trabalho, é promovida ao máximo da carreira militar: Contra-Almirante (o equivalente a General-de-brigada, no Exército, e a Brigadeiro, na Aeronáutica). A promoção saiu no Diário Oficial de 26/novembro/2012. A primeira Contra-Almirante na história desse país: Estrela Dalva.





31 de agosto de 2012

Mulheres & livros nos EUA

Aproximadamente 60% dos consumidores de livros nos EUA são mulheres, segundo recente pesquisa. Em seu livro "A Mística Feminina", Betty Friedan (1921-2006) descreveu a angústia das donas de casa no meio de seus afazeres domésticos, rotineiros:  'Será que isso é tudo?' - escreveu Betty em seu livro. O ano era 1963.

Outro estudo indica que o abismo entre os pronomes "ele" e "ela" nos livros, que sempre favoreceu os pronomes relacionados a ‘eles’, foi bastante diminuído deste que Betty Friedan publicou seu livro.

A pessoas estão falando e escrevendo mais sobre as mulheres e seus problemas. Os livros escritos por mulheres e sobre as mulheres vêm aumentando no último século. Nove entre dez dos livros mais vendidos na atualidade nos Estados Unidos foram escritos por mulheres. Já faz algum tempo que as editoras sabem que as mulheres compram mais livros que os homens - cerca de 60% dos consumidores são mulheres, de acordo com a Simba Information.

Um novo estudo confirma os  avanços do sexo feminino no mundo editorial, diz Erin Belieu, da organização sem fins lucrativos Vida (Women in Literary Arts): "As mulheres aumentaram sua 'produção literária', especialmente nas duas últimas décadas". No entanto, nos últimos dois anos, a Vida divulgou estudos que mostram que revistas como a "The New Yorker" e "The Atlantic" deram muito mais espaço a escritores do que a escritoras. E ainda é forte o estereótipo do que a mulher pode escrever: “As escritoras começaram a ser estereotipadas na literatura para jovens e para meninas. As mulheres que escrevem para jornais são encarregadas de escrever artigos mais 'pessoais'. A prevalência dos escritores e críticos masculinos é como a velha guarda que não se aposenta", diz Belieu.

Fonte: Jornal Valor Economico, 31 de agosto de 2012




terça-feira, 3 de abril de 2012

A Grande Muralha da Vagina

O polêmico artista Jamie McCartney nos apresenta 400 moldes de genitálias femininas dispostas em dez painéis que totalizam nove metros de comprimento. O trabalho não é apenas uma curiosidade provocadora e controversa, mas um chamado para importantes questões socioculturais envolvendo o corpo feminino.

Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012/04/a_grande_muralha_da_vagina.html#ixzz1qzgNmMPy





sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
As bruxas estão no mundo todo!!

Exposição em Paris: "Feiticeiras: Mitos e Realidades" no Musée de la Poste bombando. 
A exposição apresenta a figura da Feiticeira sob o ponto de vista do artista, da História e da Antropologia. Dezenas de milhares de visitantes e imenso interesse da mídia. 



  • "As Três Feiticeiras" - J-C Aujame, 1957.


    Sábado, 7 de abril de 2012.

    Mulheres cantoras do Irã empunham seus tambores redondos...


    Caça Às Bruxas Moderna



    Irã. Mulheres não podem cantar em público. Por esta razão, 1334 cantoras se exilam numa aldeia nas montanhas. O cineasta Bahman Ghobadi quer registrá-las em seu filme, Half Moon, mas o governo só permite que elas apareçam por pouco tempo, sob a ameaça de não exibi-lo no país. Ele enxuga as imagens. O filme é censurado mesmo assim...


    No trecho mostrado na foto acima, a personagem Mamo, um compositor e cantor do Curdistão banido pelo Iraque, chega na aldeia onde as cantoras estão, em busca da voz feminina para a apresentação que fará junto com os filhos. Centenas de mulheres com seus vestidos coloridos empunham enormes tambores redondos que vibram à passagem do mestre e de sua eleita...


    Você pode conferir o filme (sem legendas) no link:


    Fonte: consciência.org/neiduclos


    segunda-feira, 2 de abril de 2012
    Deus e o Diabo no corpo da mulher


    O corpo da mulher era visto por médicos e teólogos como um palco nebuloso no qual digladiavam Deus e o Diabo.

    Olha só o que a autora Clarissa Pinkola Estés fala sobre o corpo:

    O corpo é um ser multilíngue. Ele fala através da cor e da temperatura, do rubor do reconhecimento, do brilho do amor, das cinzas da dor, do calor da excitação, da frieza da falta de convicção. Ele fala através do seu bailado ínfimo e constante, às vezes oscilante, às vezes agitado, às vezes trêmulo. Ele fala com o salto do coração, a queda do ânimo, o vazio no centro e com a esperança que cresce.

    O corpo se lembra, os ossos se lembram, as articulações se lembram. Até mesmo o dedo mínimo se lembra. A memória se aloja em imagens e sensações nas próprias células. Como uma esponja cheia de água, em qualquer lugar que a carne seja pressionada, torcida ou mesmo tocada com leveza, pode jorrar dali uma recordação.

    Limitar a beleza e o valor do corpo a qualquer coisa inferior a essa magnificência é forçar o corpo a viver sem seu espírito de direito, sem sua forma legítima, seu direito ao regozijo. Ser considerada feia ou inaceitável porque nossa beleza está fora da moda atual fere profundamente a alegria natural que pertence à natureza selvagem.

    As mulheres têm bons motivos para refutar modelos psicológicos e físicos que são danosos ao espírito e que rompem o relacionamento com a alma selvagem. É claro que a natureza instintiva das mulheres valoriza o corpo e o espírito muito mais por sua capacidade de vitalidade, sensibilidade e resistência do que por qualquer avaliação da aparência. Esse ponto de vista não pretende descartar aquilo que seja considerado belo por qualquer segmento da cultura, mas, sim, traçar um círculo mais amplo que inclua todas as formas de beleza, forma e função.

    Em Mulheres que Correm Com os Lobos


    O Vestido de Noiva: contos modernos de amor
    Grace Kelly em seu vestido de Noiva


    Século XXI. Parte do mundo ocidental observa o casamento do Príncipe de Gales. Em meio aos comentários todos, salientam-se as apostas sobre o vestido da noiva. Como será? Qual estilista será escolhido? Sugestões de todo tipo aparecem no universo virtual.

    Kate Middleton, a escolhida do príncipe, é apresentada como uma mulher de seu tempo, menos por rasgos de independência do que por uma silhueta magra e um comportamento discreto. Firme, sem afetações e capaz de seguir os protocolos que dela serão exigidos no futuro.

    Entre ela e Diana, os anos passados evidenciam o esvaziamento de conteúdo no ritual do casamento, mas não quanto ao vestido de noiva. Nos dias que se seguiram o modelo usado por Kate estava nas vitrines das mais diversas lojas mundo afora.

    Sem ter a força de personalidade e presença de Diana, Grace Kelly ou Jaqueline Kennedy, noivas que deixaram marca, Kate, cedeu parte de sua festa ao derriére de sua irmã, uma tal Pipa Middleton. Num vestido branco justo, a garota até então desconhecida tornou-se celebridade imediata. Algo impensável no casamento de Diana, Grace ou Jackie. Não apenas porque a mídia era diferente, mas porque elas faziam do vestido algo mais. Um vestido de noiva não se faz por si só. Dentro dele uma mulher é quem o faz para além de tecidos, recortes e estilos. Esta mulher é a Noiva.

    Não é preciso ser rica ou princesa, mulher de presidente ou celebridade, para sentir a força de um vestido de noiva. Mulheres de origens as mais diversas sentem ainda hoje a atração por esta peça de roupa e o ritual que por meio dela se insinua. Este arquétipo como o podemos denominar hoje, tem história recente, um mito que se cria junto com o próprio vestido.

    Dizem que as primeiras a usá-lo da maneira como hoje o conhecemos foram Mary Stuart e Maria de Médici. Antes delas as noivas usavam cores diversas, até mesmo o preto. Maria de Médici foi uma nobre italiana que casou-se aos 14 anos com Henrique IV, herdeiro do trono francês. Seu vestido era todo branco com adornos dourados e deixava o colo à mostra. Causou escândalo e dela Michelangelo disse: “vestia rica veste branca ornada em ouro, mostrando o candor virginal da noiva”. Acredita-se que venha daí a associação entre o branco e a virgindade da noiva.

    Mas foi a Rainha Vitória que provavelmente espalhou o mito. Ela casou-se num suntuoso vestido de cetim branco, dispensou a coroa e usou flores de laranjeira na cabeça e, o mais interessante, casou-se por amor. Em seu vestido estavam aliados, virgindade, encanto e poder. E esta interpretação permaneceu em nosso imaginário de um jeito ou de outro.

    Quando um símbolo permanece durante tanto tempo imbuído de algum valor social, não podemos simplesmente ignorá-lo, ou mesmo substituí-lo por outro. É preciso perceber melhor suas nuances, quais as transformações que ele sugere e como entender os mesmos significados em diferentes contextos. Isto é o que deveríamos observar em relação ao vestido de noiva, sem nos ater a preconceitos.

    Se antes a noiva ao adentrar a igreja trazia em seu vestido branco o compromisso da virgindade e da virtuosidade, já faz um bom tempo que nada disto faz mais sentido. Ninguém hoje se preocupa com o que a noiva fez ou deixou de fazer em sua vida pessoal. Mas o fascínio pela sua figura continua intacto. Nem mesmo o marketing cada vez maior envolvendo as cerimônias de casamentos famosos, afasta a atração verdadeira que emana de uma noiva.

    Depois de tanta luta pelos direitos femininos, não é preciso abandonar a figura da noiva para demonstrar liberdade e independência. Esta atitude foi praticada por muitas jovens nos anos 1960 e 1970, mas era um momento propício ao protesto contra os valores vigentes. Hoje vivemos outros tempos. Hoje as mulheres precisam tomar para si os significados, não através de uma repetição sem sentido e sim pela compreensão mais profunda. Virgem ou não, a noiva pode ser uma representação entre tantas outras do poder feminino, um poder agora tomado em suas mãos. Mulheres conscientes do prazer que sentem em glorificarem o feminino em si mesmas e em ritualizarem esta glória.

    A palavra virgem, antes de ser capturada pela religião, queria dizer a mulher “uma em si mesma”, assim como define Esther Harding. A mulher virgem neste contexto era aquela, casada ou não, cujas ações não eram moldadas pelo desejo de agradar e serem aprovadas.

    Será que naquelas a quem a mídia atual denomina “loucas por casamento” reside o “louco desejo de agradar”, esvaziando a noiva de seus poderes imagéticos e simbólicos?
    A Noiva – apelo para muitas, indiferente para tantas – é parte de transformações sociais e psíquicas e merece ser compreendida
    Neusa Steiner

    Virgens pagãs

    quinta-feira, 24 de novembro de 2011
    VIRGENS PAGÃS
    por Neusa Steiner

    Não é incomum encontrarmos hoje garotas que enfrentam o tabu da virgindade ao contrário. O que antes devia ser guardado como sinônimo de virtude, hoje tornou-se um fardo. De qualquer maneira, as garotas ainda são avaliadas por meio de um selo de segurança. O que deveria ser para as mulheres uma conquista de liberdade e respeito ganhou apenas novas formas de controle.Existem garotas virgens que aos dezoito anos começam seu processo de terapia porque se sentem deprimidas, rejeitadas e – porque não? – aberrações ambulantes. Ser virgem aos dezoito demonstra antes de qualquer coisa, um problema que a garota tem. É este o retorno que ela recebe de seu núcleo de amigos ao qual deseja pertencer, pertencimento este que é parte natural da idade.A timidez de outrora, e que já era difícil ser compreendida, hoje virou sociofobia ou qualquer outra patologia para a qual, obviamente deve existir uma medicação adequada. Isto evidencia que não há muito alívio para esta garota, embora pareça o contrário.

    Obviamente não se trata de voltar ao passado, mas vivemos atualmente uma ilusão de liberdade. As garotas não sabem escolher o que é melhor para si ou têm medo de escolher. São despreparadas e fingem não ser.Sem dúvida, as mudanças de aceitação social dos diferentes tipos psicológicos, afeta homens e mulheres. O homem tímido também enfrenta problemas. No entanto existe esta diferença crucial colocada no corpo. Os meninos não precisam de um selo físico, cravado em seu corpo para definir quem são. A roda girou, virou tudo de cabeça para baixo, mas as meninas ainda são definidas pelo hímen. Ter um hímen hoje, depois de certa idade é um estigma para elas. 

    O Arquétipo da Noiva nos fala desta virtude e desta virgindade pressuposta. Longe de ter sua influência ultrapassada, este arquétipo mobiliza nossos desejos e intenções de outra forma. Por que será que adolescentes em todo mundo transformam um filme sobre vampiros em fenômeno mundial? Será que devemos apenas recorrer às estratégias de marketing como explicação? Em parte sim, mas ficar só nisto nos faz perder algo substancial. A autora dos livros é mórmon e segue preceitos antigos quanto ao casamento como, por exemplo, a garota ser virgem e o casal só fazer sexo após o casamento. Muitas garotas foram atraídas exatamente por esta abordagem amorosa da história. O sexo depois do casamento, a garota virgem, o rapaz romântico e suficientemente forte para enfrentar um exército ou o pai dela. Pedir em casamento, presentear com anel, casar, fazer lua de mel... Bobagens para muitos, mas por que tantas garotas ficam fizeram desta saga um sucesso tão grande? Como filme talvez logo esteja esquecido, mas o que representou de fato? 

    Outro fato interessante foi uma reportagem que mostrava uma das filhas de Baby do Brasil (antes Baby Consuelo dos Novos Baianos), liderando cerca de 3 mil mulheres numa igreja da qual é pastora. Ela prega a abstinência sexual ou a virgindade antes do casamento, o vestir-se sem expor demais o corpo, entre outras considerações. E causa verdadeira comoção em suas pregações. Comoção entre mulheres!! Na foto veiculada no jornal era impressionante olhar aquela multidão de rostos femininos, todos sorrindo. Todos!! Com certeza havia quem não sorrisse, mas não consegui achar, nem olhando com atenção. Em meio a esta falta de valores, a esta falta de interesse das mulheres em si mesmas, outros virão para preencher o vazio. O que não seria a melhor maneira de enfrentar os fatos e assumir o poder interno. 

    As mulheres de hoje são virgens pagãs, sem nenhum valor intrínseco, nenhuma ideologia, nenhum sagrado que as socorra. Ainda que gritem em igrejas, na sala de filmes, ou na primeira fila dos shows, elas são destituídas de algo que nutra suas almas sedentas por imagens e símbolos, por força intuitivas nascidas bem dentro de seus seres. 

    Devemos perguntar mais do que tentar responder imediatamente. O que acontece com as mulheres na vigência da falta do sagrado, do transcendente, do contemplativo? E porque elas ainda olham para as Noivas, para a Virgindade, com uma espécie de desprezo exagerado ou, no extremo oposto, um interesse além da conta?

    Vale a pena silêncio das mentes e línguas cansadas. Quem sabe o coração das mulheres aprende a se expressar? Quem sabe elas possam assim escolher para si o que de fato desejam sem temer os estigmas do corpo ou da alma mutilada?

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